sexta-feira, outubro 31, 2008

As coisas como elas são

«Ao contrário do catolicismo, o comunismo não tem uma doutrina. Enganam-se os que supõem que ele a tem. O catolicismo é um sistema dogmático perfeitamente definido e compreensível, quer teologicamente, quer sociologicamente. O comunismo não é um sistema: é um dogmatismo sem sistema — o dogmatismo informe da brutalidade e da dissolução. Se o que há de lixo moral e mental em todos os cérebros pudesse ser varrido e reunido, e com ele se formar uma figura gigantesca, tal seria a figura do comunismo, inimigo supremo da liberdade e da humanidade, como o é tudo quanto dorme nos baixos instintos que se escondem em cada um de nós. O comunismo não é uma doutrina porque é uma antidoutrina, ou uma contradoutrina. Tudo quanto o homem tem conquistado, até hoje, de espiritualidade moral e mental — isto é de civilização e de cultura —, tudo isso ele inverte para formar a doutrina que não tem.»

Fernando Pessoa, in 'Ideias Filosóficas'

15 comentários:

Daniel Geraldes disse...

O nosso Fernando Pessoa quando escreveu isto devia estar num dos seus dias mais sobrio,que a vida lhe concedeu, de facto acertou em cheio.

Filipe de Arede Nunes disse...

Infelizmente o patamar de discussão imposto por este texto de Pessoa não vai permitir a discussão aberta sobre as suas palavras.

Apesar de tudo tenho pena de os comunistas nunca esclarecerem abertamente o que defendem ideológicamente. Seria uma discussão interessante

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Nuno Gonçalo Poças disse...

É fantástico como todas aquelas pessoas que se prestam, papalvas, a encher caixas de comentários com vómito mental, são completamente incapazes de aqui vir dizer seja o que for.

Afinal o meu teste deu positivo.

Anónimo disse...

Não claro que não, viva ao Mao, ao Estaline, ao Castro ou ao Cunhal, deve ser isso.

Nuno Gonçalo Poças disse...

É mais fantástico ainda quando se vê que, por mais que tentem, não são capazes de discutir isto.

Pede-se que se discuta o comunismo enquanto ideal e filosofia. E falam-me em extermínio s e afins.

Vão muito bem os comunistas.

Anónimo disse...

Os comunistas são inimigos da civilização. Comem de boca aberta e dão arrotos. MORTE AO COMUNISMO. Os comunistas reunem em si o lixo mental da humanidade, a escoria da civilização. São inimigos da Patria e da santa madre igreja. Temos de eliminar o Comunismo, "inimigo supremo da liberdade e da humanidade". A baixeza e vilania da Humanidade é personificada nos comunistas. A JSD é a salvação da Humanidade, legitimos herdeiros de Salazar, o salvador. Sempre atentos quando essas criaturas pintam os nossos alvos e mui cristãos muros.
Meus caros, o Comunismo não é uma filosofia nem uma doutrina social. É um ideal, certo ou errado (é impossivel fazer experimentação politica em laboratorios) muita gente acredita nele (certamente seres inferiores). Não se preocupem porque ele está a morrer. Como v. excelencias vão ganhar as proximas eleiçoes autarquicas, podem criar campos de exterminio de comunistas no Seixal. Imaginem que o vosso pão pode se amassado por comunistas, o vosso vizinho do lado ou o professor dos vossos filhos podem ser comunistas...

Anónimo disse...

A escória do mundo

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio (editorial), 20 de maio de 2008



“Cuanto más alto sube, baja al suelo.” (Frei Luís de León)

Vou resumir aqui umas verdades óbvias e bem provadas, que uma desprezível convenção politicamente correta proíbe como indecentes.

Todo comunista, sem exceção, é cúmplice de genocídio, é um criminoso, um celerado, tanto mais desprovido de consciência moral quanto mais imbuído da ilusão satânica da sua própria santidade.

Nenhum comunista merece consideração, nenhum comunista é pessoa decente, nenhum comunista é digno de crédito.

São todos, junto com os nazistas e os terroristas islâmicos, a escória da espécie humana. Devemos respeitar seu direito à vida e à liberdade, como respeitamos o dos cães e das lagartixas, mas não devemos lhes conceder nada mais que isso. E seu direito à vida cessa no instante em que atentam contra a vida alheia.

Nos anos 60 e 70, a guerrilha brasileira não foi nenhuma epopéia libertária, foi uma extensão local da ditadura cubana que, àquela altura, já tinha fuzilado pelo menos dezessete mil pessoas e mantinha nos cárceres cem mil prisioneiros políticos simultaneamente, número cinqüenta vezes maior que o dos terroristas que passaram pela cadeia durante o nosso regime militar, distribuidos ao longo de duas décadas, nenhum por mais de dois anos – e isto num país de população quinze vezes maior que a de Cuba. Nossos terroristas recebiam dinheiro, armas e orientação do regime mais repressivo e assassino que já houve na América Latina, e ainda tinham o cinismo de apregoar que lutavam pela liberdade.

Agora que estão no poder, enchem-se de verbas públicas e justificam a comedeira alegando que o Estado lhes deve reparações. O dinheiro do Estado é do povo brasileiro e o povo brasileiro não lhes deve nada. Eles é que devem aos filhos e netos daqueles que suas bombas aleijaram e seus tiros mataram.

Perguntem aos cidadãos, nas ruas: “O senhor, a senhora, acham que têm uma dívida a pagar aos terroristas, pelo simples fato de que a violência deles foi vencida pela violência policial? O senhor, a senhora, acham justo que o Estado lhes arranque impostos para enriquecer aqueles que se acham vítimas injustiçadas porque o governo matou trezentos deles enquanto eles só conseguiram, coitadinhos, matar a metade disso?”

Façam uma consulta, façam um plebiscito. A nação inteira responderá com o mais eloqüente NÃO já ouvido no território nacional.

É claro que os crimes que esses bandidos cometeram não justificam nenhuma barbaridade que se tenha feito contra eles na cadeia. Mas justifica que estivessem na cadeia, embora tenham ficado lá menos tempo do que mereciam. E justifica que, surpreendidos em flagrante delito e respondendo à bala, fossem abatidos à bala.

Mas eles não acham isso. Acham que foi um crime intolerável o Estado ter armado uma tocaia para matar o chefe deles, Carlos Marighela, confessadamente responsável por atentados que já tinham feito várias dezenas de vítimas inocentes; mas que, ao contrário, foi um ato de elevadíssima justiça a tocaia que montaram para assassinar diante da mulher e do filho pequeno um oficial americano a quem acusavam, sem a mínima prova até hoje, de “dar aulas de tortura”.

Durante a ditadura, muitos direitistas e conservadores arriscaram vida, bens e reputação para defender comunistas, para abrigá-los em suas casas, para enviá-los ao exterior antes que a polícia os pegasse. Não há, em toda a história do último século, no Brasil ou no mundo, exemplo de comunista que algum dia fizesse o mesmo por um direitista.

Sim, os comunistas são diferentes da humanidade normal. São diferentes porque se acham diferentes. São inferiores porque se acham superiores. São a escória porque se acham, como dizia Che Guevara, “o primeiro escalão da espécie humana”.

Eles têm, no seu próprio entender, o monopólio do direito de matar. Quando espalham bombas em lugares onde elas inevitavelmente atingirão pessoas inocentes, acham que cumprem um dever sagrado. Quando você atira no comunista armado antes que ele o mate, você é um monstro fascista.

Por isso é que acham muito natural receber indenizações em vez de pagá-las às vítimas de seus crimes.

Quem pode esperar um debate político razoável com pessoas de mentalidade tão deformada, tão manifestamente sociopática?

Um comunista honesto, um comunista honrado, um comunista bom, um comunista que por princípio diga a verdade contra o Partido, um comunista que sobreponha aos interesses da sua maldita revolução o direito de seus adversários à vida e à liberdade, um comunista sem ódio insano no coração e ambições megalômanas na cabeça, é uma roda triangular, um elefante com asas, uma pedra que fala, um leão que pia em vez de rugir e só come alface. Não existiu jamais, não existe hoje, não existirá nunca.
http://www.olavodecarvalho.org/semana/080520dce.html

Anónimo disse...

http://viriatos.blogspot.com/2007/03/pessoa-e-salazar.html

Filipe de Arede Nunes disse...

Infelizmente, como bem diz o Nuno Poças, parece ser impossível discutir sériamente um tema que merece toda a atenção.

Dá pena!

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Lamento, o comunismo não pretende ser dogmático nem uma doutrina. O senhor Pessoa, por quem tenho muito respeito, estava enganado a esse respeito.

O que tem, então, para vocês, o comunismo de tão mau assim? Para mim nada. Antes pelo contrário.

Longe de ser perfeito, o regime comunista enquanto sistema político tinha, ainda assim, tudo para ser o ideal. Talvez a minha visão do comunismo seja demasiado romantica, mas o que é que poderá haver de melhor que um sistema onde ninguém passa fome, todos têm o que comer e o que vestir, todos podem ir gratuitamente à escola, e, quando estão doentes, o estado encarrega-se de assegurar todas as despesas? O que é que, hipoteticamente, poderia ser melhor que isto? Para mim, nada. Para quem tem coração, nada. Para quem percebe o que é passar fome (que eu, felizmente, nunca passei), nada.

É claro que tudo isto implica uma vida muito mais comedida e miserável que aquela a que estamos habituados hoje em dia. Emprego não faltaria, mas fartura também não. E, por isso, o comunismo não resultaria. Não pode fazer sentido depois de se conhecer a democracia. Ainda assim, não acho o comunismo uma coisa bárbara e asquerosa, como vocês querem fazer parecer.
Mias bárbaro e asqueroso é o capitalismo que torna as pessoas egoístas, gananciosas, incapazes de partilhar.

Mas eu sou consumista, sou democrata, não sou comunista. Faço questão de frisar isto para que não me queimem já viva.

Porque, infelizmente, a luta que se trava neste blog é contra os comunistas.

E lanço a questão: por que razão é que vocês acham que se estivessem à frente da Câmara do Seixal, o município estaria melhor?

Concordo que a Câmara está nas mesmas mãos há demasiados anos, tem vícios, tem dívidas, tem lacunas imperdoáveis. Mas se analisarmos bem as coisas, vocês acabam por bater sempre nas mesmas teclas. No fundo, este até é um município bastante desenvolvido. Posso dizer acima da média? Não sei, porque não vi estudos que o comprovem, mas arrisco-me a dizer que sim.

E agora, que comece a caça às bruxas (i.e., a mim).

Filipe de Arede Nunes disse...

Oh Patrícia. Tenho tido por si respeito e consideração, mas estou ver que existe aqui qualquer coisa que lhe está a escapar. O comunismo é uma doutrina estuda por todas as correntes da filosofia política e é profundamente dogmática, pois não admite que a questione.

Seja como for, um passo grande vai do comunismo científico ao prático e os exemplos da aplicação das doutrinas marxistas-leninistas estão espalhados por este mundo fora. São exemplos de pobreza, de miséria, de repressão, de ausência de liberdade, de guerra, de fome de limitação dos direitos individuais... Felizmente, cada vez menos existem regimes comunistas no mundo e os povos se estão a libertar do jugo de regimes totalitários.

A Patrícia não leu todos os post's deste blog, mas já falámos de centenas de problemas que afectam a população do Seixal e que são resultado direito da acção e das omissões do PC que governa este concelho.

O Seixal não será certamente dos piores concelhos no que à qualidade de vida se referem, agora o que não deixa de ser verdade é que tinha condições para estar bem melhor.

O PCP teve a oportunidade de "criar" um concelho desde quase o seu inicio. O Seixal em 1976 era muitíssimo mais pequeno do que hoje e infelizmente a realidade actual mostra-nos o desordenamento urbanístico em que estamos mergulhados, os bairros de lata espalhados - e alguns escondidos - a segregação das minorias para as periferias, os problemas de mobilidade, a incapacidade em concretizar os projectos prometidos desde o milénio passado...

A realidade está para a quem quer ver. Aqui não há caça às bruxas, nem nada que se lhe pareça. Existe discussão aberta a todo sobre temas que interessam aos habitantes do concelho onde vivemos e que queremos mudar. Isto pode até nem agradar a todos, mas certamente que não o deixaremos de fazer por alguns.

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Muito bem, concordo parcialmente com o que o Filipe disse. Não sou cega e tenho consciência das coisas, mas o que me fez responder talvez acidamente a este post, foi o facto de deitar abaixo uma filosofia que poderia ser muito bem ser algo com bons resultados. Eu própria admiti que não o era, nunca conseguiu ser. Mas é cansativo estarem sempre a bater no ceguinho. Tudo bem, é a vossa missão.

Bom trabalho.

PS. - É a primeira vez que o Filipe me trata por você e gostei tanto que vou passar a tratá-lo sempre por você também. Cumprimentos.

Filipe de Arede Nunes disse...

Patrícia,

O que te fez responder a este post de uma forma ácida, foi o facto de te veres confrontada com a realidade de um modelo que encaras de uma forma religiosa como uma crença!

Marx, quando escreveu, primeiro o Manifesto do Partido Comunista e depois O Capital estava enganado quanto aos pressupostos mais basilares. É que o Homem é egoísta e procura reconhecimento (o que digo está estudado em autores tão distintos como Platão, Hegel ou Fukuyama) e desde sempre o procurou superiorizando-se aos outros Homens. Faz parte da natureza dos seres humanos.

Seja como for, como todos os modelos, o comunismo está sujeito a falhas e passou no mais importante de todos os testes: a aplicação prática.

O que é que eu quero dizer com isto? A defesa do materialismo dialéctico comprovou-se como sendo um fracasso.

Seja como for, convido-te Patrícia a passares pela nossa sede um destes dias e discutires o tema pessoalmente connosco! É que ao contrário do que se possa dizer, nós não perseguimos ninguém (deixamos isso para o Estaline, para o Mao, para o Pol Pot, para o Kim Il-sung, etc.) e temos como único objectivo, através da política, conseguir que a população consiga viver o melhor possível.

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Bem, eu devo ter problemas de expressão, só pode. Porque o que disseste foi o que eu disse. Aquilo de que eu falei foi do que poderia ser um regime socialista/comunista. Das vantagens que poderia ter, mas reconheci que falhou. E reconheço.

E é por isso que não sou comunista. Muito menos acredito no comunismo como uma religião. Simplesmente admiro a paixão de quem é comunista e, acima de tudo, compreendo o que pensa um comunista. Na sua ingenuidade, querem uma sociedade mais justa e igualitária, sem perceber o que isso implica.

Já tive esta discussão contigo imensas vezes, não vale a pena prosseguir. Sou a primeira a admitir que jamais era capaz de viver num regime comunista, no entanto, continuo a dizer que o que me irrita aqui é vocês baterem tanto no ceguinho. Este post era escusado, mas isto é só a minha opinião.

Filipe de Arede Nunes disse...

Patrícia,

Estás enganada. O ceguinho aqui somos nós!

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

blogaqui?