A outra face
Olhar a mais de 30 anos de executivo comunista na Câmara Municipal do Seixal dá muito que pensar. Dá ainda mais que pensar quando percebemos que o PCP (ou a CDU) do Seixal devia aprender qualquer coisa com os seus camaradas de Braga.
Numa crítica séria e grave ao executivo camarário bracarense, o PCP local começa por dizer que «a “aposta” verbal na Cultura não mostrou qualquer novo despertar para uma politica municipal empenhada na promoção cultural do concelho» e que «uma dinâmica de desenvolvimento cultural do concelho exige uma política que apoie e incentive a reanimação de grupos amadores, pequenas colectividades e associações culturais dispersas pelo concelho e que ou desapareceram, ou continuam a viver com dificuldades, por ausência de estímulos à criação, de diálogo com os agentes culturais com respeito pela sua independência».
Em relação ao ambiente, diz o PCP de Braga que «entretanto a poluição nos cursos de água do concelho continua a ser notícia frequente... » e que «Braga continua a albergar grandes cemitérios de sucata que continuam a poluir a paisagem, os solos e as águas».
Continuam, dizendo que «a paisagem urbana de Braga não pára de ser depredada em resultado de um desordenamento de bradar aos céus que a Câmara parece interessada em incrementar.A CMB licencia construções de grande volumetria em espaços exíguos, sem ordenamento prévio, e por isso desenquadradas do conjunto onde se inserem, desprovidas de qualquer sentido estético, fazendo assim nascer verdadeiros “mamarrachos” urbanísticos na cidade» e ainda que «outros espaços verdes continuam a dar o lugar ao Betão».
Por outro lado, «o centro histórico da cidade em processo de degradação sem que se conheça qualquer projecto para a sua recuperação, revitalização e animação sócio-cultural ...Braga tem fogos devolutos em quantidade para o acréscimo de população previsível nos próximos 10 ou até 20 anos. Mas os interesses imobiliários podem muito, e continua a privilegiar-se a construção. Em contraste assiste–se à degradação do património habitacional existente...A sua restauração devia, isso sim, ser uma prioridade da Câmara...».
Mas a gente do PCP de Braga não termina: parece que aquela cidade tem enormes problemas. Se não, vejamos: «as preocupações ambientais, a segurança dos moradores e dos peões na cidade e a qualidade de vida nas áreas urbanas não são prioridade para o executivo». Por outro lado, «a preocupante situação de guetização progressiva nos Bairros Sociais do Picoto e Santa Tecla exige uma análise muito profunda e multidisciplinar a que a Câmara e a BragaHabit têm que dar o tiro de partida».
Os problemas não acabam! Mas o PCP de Braga não se verga... Dizem eles que «as pequenas obras, há anos realizadas, no mercado municipal são notoriamente insuficientes, continuando por fazer a remodelação estrutural e requalificação deste espaço».
Depois ainda dizem que «o município de Braga continua a ignorar a participação dos jovens, desprezando o seu carácter de irreverência e vitalidade. Agendam-se eventos que na sua grande maioria ficam marcados pela baixissima adesão dos jovens».
A conclusão é brilhante: «a Gestão Municipal não está a servir melhor nem o Município nem os munícipes».
Tenho uma proposta para fazer ao executivo da Câmara Municipal do Seixal: importam-se de falar com os vossos camaradas de Braga? Tragam-nos cá abaixo para verem como funciona o Seixal. É que, com tanta crítica ninguém diria que o PCP tem duas caras: a que usa quando governa e a que usa quando faz oposição.
3 comentários:
Penso que o PCP de Braga acabou de descrever o Seixal.
Realmente é verdade, e eu até vou mais longe, se eu visse os camaradas do PCP de Braga, até lhes dava um abraço por esta excelente descrição do Seixal.
De certeza que se referiam a Braga?
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