quarta-feira, julho 09, 2008

Reduzir a dependência do Petroleo sim, mas como....

Defendo que devemos tornar o nosso País mais eficiente em termos energéticos, sendo uma das formas através da redução da dependência do petróleo, mas teremos de saber como....e não me parece que esta " bandeira" do nosso Primeiro Ministro seja a mais correcta...(se calhar faltou à cadeira eficiência energética....). Bom cito um artigo (comentário de João Miranda, investigador em Biotecnologia) que pode explicar a minha opinião e esta minha observação...passo a citar:

"José Sócrates encontrou a solução política para a crise petrolífera. Promete-nos o carro eléctrico. Sócrates já nos tinha dado a energia eólica (subsidiada), a energia solar (subsidiada), a energia das ondas (subsidiada) e os biocombustíveis (subsidiados). Como é evidente, o carro eléctrico de Sócrates será subsidiado. Os portugueses vão pagar a crise petrolífera através de petróleo mais caro e impostos mais elevados. Sócrates sonha com o carro eléctrico, como sonhou com as eólicas. O sonho será pago pelo contribuinte.

O carro eléctrico utilitário é, por enquanto, uma utopia. Não é um problema político. É essencialmente um problema técnico e económico. Os carros a bateria e as células combustíveis são tecnologias experimentais reservadas a modelos de luxo. Têm custos de desenvolvimento e de produção elevados. Mais importante, o carro eléctrico não acaba com a dependência dos combustíveis fósseis. A energia acumulada em baterias tem de ser obtida através dos processos tradicionais de produção de electricidade, como as centrais de ciclo combinado. O hidrogénio usado nas células combustíveis é produzido a partir de gás natural. Em última análise, os carros eléctricos requerem maior produção de energia a partir de fontes primárias e, actualmente, os combustíveis fósseis encontram-se entre as fontes primárias de energia mais competitivas.

O episódio do carro eléctrico ilustra bem a forma como os políticos vêem a economia e a inovação. José Sócrates não sabe, ninguém sabe, qual é a tecnologia mais adequada para substituir o petróleo. Pode ser o carro eléctrico, o etanol celulósico ou o biopetróleo. Este é um problema típico de empreendedorismo. Mas Sócrates apresenta-se como oráculo do futuro. Pretende substituir-se aos empreendedores ditando à partida qual será o resultado da competição entre tecnologias. José Sócrates já decidiu. É o carro eléctrico. Os empreendedores não percam tempo a experimentar. Sócrates acredita que a sua visão pode substituir o mercado e os empreendedores na descoberta de inovações. Não pode."

6 comentários:

Daniel Geraldes disse...

Ui Ui temos pano para mangas. Por isso é que continuo a dizer, a energia nuclear tem tambem de ser uma formula alternativa de energia.

Filipe de Arede Nunes disse...

Caro João,

Obrigado pelo teu contributo. É esta diversidade de opiniões e de ideias que faz do PSD um partido diferente.

Conheço bem o texto do João Miranda, mas o que aqui discuto não é o mesmo que foi discutido no texto desse autor, porque não sei a viabilidade financeira do projecto.

Apesar de tudo, acho que esta é uma medida com os olhos postos no futuro. É um facto que os carros com motores de combustão estão à beira do fim - pelo menos para todos - pelo que urge fazer alguma coisa.

Sei que as alternativas existentes aos combustíveis fosseis são ainda subsidiadas, mas é preciso fazer alguma coisa para reduzir a nossa dependência face a um mercado que é impossível de controlar.

Ademais, as energias renováveis são limpas e não prejudicam - seriamente - o meio ambiente. Se for preciso pagar mais por isso, acho preferível do que importar a um custo que não conhecemos.

Quanto aos veículos eléctricos, o que sei é que existem já muitas propostas e muito sérias. Os carros da Tesla Motors têm autonomias para cerca de 350 km e as novas baterias são cada vez melhores e mais duradouras.

Seja como for, a grande maioria das distâncias que percorremos são relativamente curtas pelo que um automóvel com uma autonomia de 200 km seria mais do que suficiente.

Acredito que Portugal deve assumir a dianteira neste projecto.

Se existe risco? Obviamente que existia. E não havia riscos quando o Infante D. Henrique começou a equipar as caravelas para descobrir o mundo?

Além do mais, recordo que quer a Dinamarca, quer Israel assumiram compromissos semelhantes. Não creio que não se possa e deva afirmar que estes não são dois países tecnologicamente muito avançados.

A discussão há-de continuar, mas fica aqui o meu contributo por agora.

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Davide Ferreira disse...

Eu tive que analisar as várias propostas de carros eletricos disponiveis actualmente... e de facto até ao momento não existem alterativas viaveis aos carros de combustão interna, isto porque a tecnologia ainda é demasiado cara e não é produzida em série.
Creio que num futuro de 10/15 anos os carros electricos possam ter já uma cota de mercado significativa.
E a tecnologia já existe para quem quiser ver, são carros que se movem à custa de baterias iguais às dos nossos computadores portateis. Sem emissão de poluentes na atmosfera.

Filipe de Arede Nunes disse...

Davide,

Não é crível que os carros eléctricos sejam apenas uma realidade dentro de 10 a 15 anos. Eles estão aí e já circulam pelas estradas de alguns países da Europa, como por exemplo em Inglaterra e em particular em Londres.

Não sei onde foste buscar as informações sobre preços, porque até agora o que sei, é que o modelo da Renault-Nissan irá custar mais ou menos o mesmo que um carro do segmento C, ou seja, entre €20,000 e €30,000, o que me parece extremamente razoável.

Não é sustentável que os motores de combustão continuem a dominar, apenas e tão só porque é insustentável abastece-los. Ao preço da gasolina, comprar um carro actualmente é - para a grande maioria dos portugueses - o mesmo que o deixar à porta.

Quanto à autonomia devo dizer o seguinte: segundo alguns fabricantes é já possível que carros eléctricos percorram cerca de 200 a 350km com uma carga. Para 95% das deslocações que fazemos é muito mais do que suficiente. Aliás, para a maioria dos portugueses seria suficiente para uma semana inteira com uma só carga.

A discussão que deveríamos fazer agora, não é bem os carros eléctricos - que acredito serem inevitáveis - mas sim como alterar todo o paradigma energético no nosso país, ou seja, como nos livrarmos definitivamente dos combustíveis fosseis para a produção de energia.

Assim sendo, e para além das energias renováveis convencionais - eólica, solar, hídrica, das ondas, geotérmica - parece-me fundamental apostar no nuclear.

Vamos aguardar.

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Daniel Geraldes disse...

Eu acho que era altura de o Salvador Caetano cumprir um velho sonho seu, e criar uma fabrica de automoveis em Portugal de marca nacional, com esta nova tecnologia, é uma boa altura para se entrar neste mercado, visto que os principais produtores de carro, estão em banho maria, no mercado e nestas transformações.

Davide Ferreira disse...

Filipe, podes não ter percebido as minhas palavras... a tecnologia já existe, carros electricos como o Telsa Roadster são de facto o futuro, rápidos, eficientes e carregaveis como a bateria de um telemóvel.

O problema actualmente continua a ser o preço dos veículos. R&D custa milhões quando se trata de novas tecnologias, à longo prazo com a standartização essas novas tecnologias estarão ao dispor das massas...

Por outro lado é necessário criar uma rede de abastecimento nacional, tendo em conta que a autonomia das baterias não deve ultrapassar por enquanto os 200km...

Ou seja o carro electrico é o futuro mas o futuro ainda não é agora. Esperemos que seja o mais breve possivel.

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