segunda-feira, novembro 10, 2008

Falta de bom senso e criterios

Ler para o mim o Boletim Municipal, é um momento tão especial como ler um dos romances do Miguel Sousa Tavares. É bonito como um jardim de éden, enternecedor como o Romeu e Julieta e mentiroso como as historias de carochinha que nos contam, mas enfim, é uma panóplia de sentimentos que me assaltam, confesso.

Para além de saber o seu custo anual e achar que é outro assalto ao erário publico e saber que está ao serviço do executivo comunista, desconheço-lhe mais alguma função de utilidade, mas confesso que quinzenalmente o devoro à procura de mais e melhor informação sobre o que se passa no Seixal e confesso que não fazia ideia de ler no Boletim Municipal de 7 de Novembro, noticias atrasadas de 10 de Outubro e que referem o Seixal Grafitti. Mas nem é sobre esta parvoíce a imitar cultura que me vou pronunciar, mas sobre o gap de um mês que antecede a publicação desta noticia, sabendo que ela podia ter sido claramente publicada no Boletim Municipal de 24 de Outubro, mas não o fo, e o mais triste é quando sei que no Seixal Grafitti esteve lá um grande Writter internacional (como majestaticamente são apresentados os sujeitos no BM) que assinava com o nome artístico, imaginem de, TOLAS.

Isto apenas para mostrar a falta de critério e bom senso que impera na publicação do Boletim Municipal, não tendo lógica uma noticia ter sido publicada depois de um mês de ter acontecido o evento, ou então isto aconteceu devido á tomada de posição da Oposição contra o Seixal Grafitti e a consequente vandalização pela JCP do mural na Antiga Fabrica da Arrentela, tendo o executivo preferido deixar a poeira assentar, para depois graciosamente publicar a noticia do Seixal Grafitti, sem que houvesse comparações de Arte.

Mas infelizmente para mim, as sucessões de asneiras não terminam por aqui, se formos curiosamente ler a Agenda Municipal nº29 correspondente ao mês de Setembro/Outubro , e curiosamente lermos também o editorial, ficamos a saber que o nosso Presidente de Câmara diz uma frase que têm tanto de giro como encapotado e político, que é a seguinte : "Depois da Festa do Avante, recomeça a programação regular de espectáculos no Auditório Municipal", o que claramente mistura o institucional (CM Seixal) com uma festa de cariz politica e privada (PCP), criando uma cumplicidade que não pode nem dever existir num Estado de Concelho Democrático.

E para acabar com as curiosidades, sobre o 172º Aniversário do nosso Concelho, nem uma pagina sobre o assunto, é que pelo que consta não dá votos, e o PCP Seixal já esta claramente em campanha eleitoral.

16 comentários:

Davide Ferreira disse...

Não posso deixar de concordar com o Daniel Geraldes.

O boletim municipal para além de ser um sorvedouro de dinheiro público, não se rege por um critério isento de redacção e funciona como um instrumento de propaganda da CMS.

Anónimo disse...

Sucessão de asneiras, não é? Quem passe por este blog vê logo que os betinhos da Jotaessedê não devem muito à inteligência, mas escrever "pagina", "acentar" ou "têm" no contexto em que é aplicado, e tendo em conta que querem criticar a incompetência do Presidente da Câmara, e não de câmara, já leva a iliteracia a níveis preocupantes. O que me preocupa é que um partido importante como o PSD tenha gente desta "envergadura" como delfins dos actuais. QUO VADIS, Portugal?

Anónimo disse...

Eu trabalho com jornais, revistas, boletins informativos, panfletos e agendas culturais todos os dias. Só na semana passada chegaram-me às mãos 3 revistas diferentes do concelho de Oeiras. O concelho de Oeiras é um dos concelhos onde melhor se vive (caso não saibam, existe 3,2 carros por família, por exemplo) e não me parece que o sr. Isaltino esteja a deitar dinheiro à rua ao fazer 3 revistas diferentes, já que cada uma tem o seu propósito (agenda, notícias e perfis/reportagens/textos de autor).

Vocês, ao chamarem "sorvedouro de dinheiro público" a publicações que servem para fazer uma ponte eficiente entre a Câmara e a população só provam que não percebem nada do que estão a dizer. Para haver uma maior participação dos munícipes na vida pública eles têm que estar informados do que se passa (falo de vocês também). Num concelho onde haja actividade cultural, desportiva, etc vale a pena este tipo de comunicação. Um boletim informativo nunca é dinheiro deitado á rua. A não ser, claro, que o concelho esteja completamente morto. O que não me parece o caso.

Filipe de Arede Nunes disse...

Patríca,

Discordo frontalmente de ti. Acho que tu é que não percebes bem o filme!

O Boletim Municipal é um órgão de propaganda autentico que custa aos contribuintes meio milhão de euros por ano, o suficiente para implementar uma Polícia Municipal.

Se o Isaltino em Oeiras o faz, então terão de ser os habitantes desse concelho a se preocuparam com isso. Pessoalmente, creio que faz mal, da mesma forma que fazem mal as autarquias do PSD onde existe publicações semelhantes.

Também não acho que é por existir BM que a população se interessa mais. É que o concelho do Seixal é um dos que tem uma taxa de abstenção mais elevada do país!

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Que é um objecto de propaganda política eu concordo. Não há dúvidas de que é esse o seu papel. Mas a mim pessoalmente mantém-me informada do que se passa no concelho (e acho que a mais gente também). Se não existisse Boletim Municipal, eu, que passo 70% do meu dia útil fora do concelho, não faria ideia do que por aqui se faz ou tem feito.

Btw, não acham óptimo o programa do Festival de Teatro do Seixal? ;)

Filipe de Arede Nunes disse...

Patrícia,

Então diz-me lá o que é que se tem passado no concelho do Seixal?

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Olha, já dei o exemplo do Festival de Teatro, com um programa excelente! Começa esta sexta-feira com sala esgotada para ver as Obras Completas de Shakespeare em 97 minutos. Para além disso temos o Seixal Jazz e, noutros campos, têm sido feitas repavimentações nas ruas, melhoramentos nas canalizações/esgotos, acções educativas nas escolas, etc etc!

Basta dar um pulinho muito rápido ao site para verem que a oferta de actividades é imensa e que há sempre coisas a serem feitas, nomeadamente obras de requalificação dos espaços.

O Boletim Municipal é uma forma de manter sempre os munícipes perfeitamente actualizados e em contacto com a Câmara e de uma coisa tenho a certeza: não vêm lá mentiras nenhumas escritas.

Anónimo disse...

o comentário acima foi escrito por mim, enganei-me no nome.

Filipe de Arede Nunes disse...

Patrícia,

Acho, sinceramente, que não estás a ver bem a situação. Já te disse para leres os post's aqui publicados sobre uma serie de assuntos bem diferentes.

Julgava-te mais exigente. Afinal de contas ficas satisfeita com meia dúzia de grãos de areia para os olhos!

Não me parece que a inauguração de uma rotunda seja motivo de orgulho de quem quer que seja! Ou a pavimentação de uma rua! Ou a pintura de uma passadeira! O que se exige é muito mais!

Fico no entanto satisfeito com a tua resposta num ponto: é que não conseguiste apontar nada de relevante que mereça meio milhão de euros por ano em propaganda!

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Mas a mim parece-me que ter um concelho arranjadinho é bom! Ou não?

Desculpa então, mas para mim uma agenda cultural (de que o Boletim faz o papel) é algo que vale a pena o meio milhao de euros, sim. A cultura faz falta! E existe cultura no munícipio do Seixal. E se não fosse o Boletim, eu e mais não sei quantos milhares de pessoas, não saberiamos que podemos ir ao cinema por 3€ ver os filmes que estão em cartaz, ir ao teatro com bilhetes a 1/3 do preço habitual, ir a concentros gratuitos, ir a workshops e participar em eventos desportivos ao fim-de-semana, totalmente grátis também.

Se calhar a opção seria fazer uma coisa mais pequena, que condensasse as informações que na verdade ninguém lê. Mas não me parece que o BM seja uma coisa inútil...

Filipe de Arede Nunes disse...

Patrícia,

Não deves avaliar os outros por ti própria! Gostava de saber qual a relação entre o número de entradas no auditório do Forum Municipal e o facto de o Boletim Municipal publicitar os eventos.

Estas a falar de cor, ou tens dados?

Relativamente ao concelho arranjadinho! Bem, não sei por onde é que tens andado! É que o concelho do Seixal não é só a tua rua!

Cumprimentos,
Filipe de Arede Nunes

Anónimo disse...

Olha, sabes que não podes pegar numa varinha mágica e pedir um concelho novo, bonito, lavadinho e moderno, não sabes?

E não vale dizer: ah e tal, já estão há mais de 30 anos no poder. O que é verdade, mas o que antes era novo e moderno, agora está gasto e velho.

E é claro que temos que ser exigentes, mas dentro dos limites do razoável. A grande questão do concelho, a que para mim falha a 100% e dá cabo de tudo o que pode ser algo bom, é o crescimento desmesurado da área habitacional. Prédios, mais prédios, mais prédios... E é aí que tudo começa a desmoronar-se, porque se torna insustentável. De resto, eu vejo as coisas a acontecer aos poucos.

Daniel Geraldes disse...

Uma pequena curiosidade Patricia, não achas estranho que na comemoração do 172º aniversario da CM Seixal, não apareca no Boletim Municipal uma unica referência acerca do mesmo?? Nem uma pequena historia, curiosidade, reportagem,desafio aos alunos do Concelho, etc,etc,etc?

É que tu como estudante de jornalismo (acho) devias querer dar algum destaque as origens da nossa terra, ainda para mais no 172º aniversario. Eu sei que existe quem prefira o lixo, os canteiros, os chafarizes, as rotundas, mas eu exijo mais um pouco, é que afinal eu pago aquele cancro.

Filipe de Arede Nunes disse...

Patrícia,

A modernidade constroi-se com base num projecto sólido e que enquadre o desenvolvimento sustentavel como uma das suas principais premissas.

Infelizmente, as estradas do concelho, para além de abarrotadas, estão num estado lastimável. Buracos em todo o lado e ninguém os arranja.

Muitos jardins estão mal cuidados e muitas das árvores a secar.

Os equipamentos estão desgastados, mas não se conhecem projectos para os reabilitar.

O Seixal Jazz é uma boa iniciativa, mas sazonal! Em época e pré-época de eleições existe, no resto do tempo é miragem.

O Boletim Municipal é uma vergonha. Falta imparcialidade e honestidade intelectual. Será feito por jornalistas? É que julgo que existem regras que não estão a ser cumpridas...

De que vive o executivo PCP no Seixal? De uma imagem de competência que não tem. Da utilização do conceito de Democracia e do 25 de Abril numa manipulação dos factos.

Tens de estar disponível para discutir sériamente esta realidade. Não te tenho visto com essa postura.

Cumprimentos,
Filipe de Aree Nunes

Anónimo disse...

Bem, eu não disse que o Boletim Municipal era a melhor coisa do mundo. Não disse que era exemplar ou que era imparcial. Não é.

Se eu pudesse (como licenciada em jornalismo, Daniel), mudaria aquilo de uma ponta à outra. O BM é bafiento e aborrecido na sua maioria. Apesar disso cumpre o seu propósito (propaganda política, ok).

Mas, como já disse, para mim o BM é uma fonte útil de informação sim. Quer queiram quer não, é. Desculpem lá, mas não podem mesmo negar este facto. O BM tem tudo o que acontece no concelho e é realmente a ponte entre a Câmara e os Munícipes. E acho que eles não põem lá coisas inventadas. E também queriam que fizessem o quê? Que dissessem lá que são uns irresponsáveis, adormecidos no tempo, agarrados ao poder e cheios de vícios? Está bem...

Todos os concelhos precisam de requalificação constante. Há sempre coisas que poderiam estar melhores. Já agora um à parte: para mim, uma das coisas mais ridículas do concelho é um prédio junto à Escola Manuel Cargaleiro, construído sobre pilares (como se de Le Corbusier se tratasse) porque por baixo passa um lençol de água. Isto é escandaloso! Não percebo como é que isto acontece e confesso que me tira um pouco do sério.

Eu gostava muito mesmo de acreditar na mudança que vocês tanto apregoam. Isto faz-me lembrar quando me candidatei à Associação de Estudantes no Secundário...muitos projectos, uma boa campanha, mas a perfeita consciência de que 60% daquelas coisas eram impossíveis de realizar.

Anónimo disse...

Concordo com o Daniel Geraldes quando refere a falta de divulgação relativa ao aniversário da criação do município. Sendo que a C.M.S. por tantas e tantas vezes costuma salientar, através do seu Boletim Municipal, as vitórias e as conquistas do poder local (sobretudo após Abril de 1974) porque não dá mais destaque a estas comemorações e não aproveita para dar a conhecer aos leitores do boletim o que é que significou a criação do município do Seixal, integrado na história do liberalismo português que tantas modificações trouxe ao municipalismo em Portugal. Explicando o porquê do concelho ter tido uma primeira criação e ter sido extinto alguns anos depois, algo que se articula com a própria evolução demográfica do concelho, algo que é tão importante para compreendermos o Seixal do século XXI.
É muito importante que a Câmara Municipal, em conjunto com as Escolas e Juntas de Freguesia, consiga divulgar a história do município, dá-la a conhecer aos seus munícipes, principalmente àqueles que não nasceram aqui e que para aqui vieram morar mais recentemente. Já que o boletim existe, também deveria servir para isso.

Claro que há necessidade de os órgãos executivos informarem os munícipes, mas será que o boletim municipal do Seixal informa devidamente os munícipes? Há diferenças entre informação e propaganda. Será necessário que o Boletim tenha a periodicidade que tem? Serão necessários tantos exemplares? Muitos deles acabam por andar espalhados pelas ruas, outras pessoas colocam-nos logo no lixo… tal como existem pessoas como a Patrícia que lêem com atenção, outra grande parte não se interessa.

Com os tempos difíceis que vivemos actualmente tenho a certeza que a C.M.S. poderia utilizar o dinheiro que gasta no boletim para aplicar noutros projectos mais prementes e úteis à população ou então utilizar o boletim para coisas mais úteis, que possam enriquecer a mesma. Porque não aproveitar esta oportunidade do aniversário da criação do concelho, até para salientar e explicar a proximidade e a importância das ligações históricas com outros municípios, nomeadamente Barreiro e Almada, concelhos onde algumas freguesias do Seixal estiveram integradas no passado. Observando a evolução destes concelhos numa lógica comum que os transportou de áreas relativamente periféricas para um papel crucial na Área Metropolitana de Lisboa.
Porque não aproveitar esta oportunidade de celebração de um acontecimento histórico tão importante para em conjunto reflectirmos sobre aquilo que queremos para o futuro do nosso concelho, e mais importante ainda, para meditarmos sobre o que se faz de errado hoje e o que podemos mudar para a que daqui a 172 anos o Seixal seja sem qualquer sombra de dúvidas um sítio melhor que hoje.

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